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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

BIOPULPECTOMIA,NECROPULPECTOMIA E RETRATAMENTO



TRATAMENTO DE DENTES NÃO INFECTADOS (BIOPULPECTOMIA)


O tratamento endodôntico de dentes com polpa vital também tem sido denominado biopulpectomia e tem indicação primordial nos casos de pulpite irreversível, sintomática ou assintomática, ou quando houve fracasso do tratamento conservador (capeamento indireto, capeamento direto ou pulpotomia). Entretanto, existem situações clínicas em que a polpa, apesar de estar clinicamente normal (não inflamada), necessita ser removida, principalmente em dentes que serão submetidos a procedimentos periodontais, protéticos ou cirúrgicos, nos quais o tratamento endodôntico passa a ser indicado dentro do plano de tratamento global do paciente. Esta situação é definida como biopulpectomia eletiva. Do ponto de vista periodontal, a biopulpectomia eletiva está indicada para dentes portadores de defeitos ósseos angulares profundos, nos quais serão realizadas técnicas periodontais regenerativas (enxerto ósseo, regeneração tecidual guiada) ou nos casos em que será realizada a remoção de uma raiz de dentes multirradiculares. Do ponto de vista protético, a biopulpectomia eletiva é indicada em alguns casos de dentes que servirão como pilares protéticos e nos quais os procedimentos para a obtenção do paralelismo levarão a uma grande perda da estrutura dentinária, podendo, inclusive, resultar em exposição pulpar. Outra indicação seria para dentes que necessitam da colocação de um retentor intrarradicular. Do ponto de vista cirúrgico, a biopulpectomia eletiva é indicada em casos de procedimento cirúrgico em que a intervenção envolverá o ápice radicular, ou suas proximidades, de um dente com polpa viva. Para prevenir o desconforto pós-operatório e futuras complicações, realiza-se a biopulpectomia profilática nestes casos. 

TRATAMENTO DE DENTES INFECTADOS (NECROPULPECTOMIA E RETRATAMENTO)

Enquanto a polpa dental se mantiver vital, inflamada ou não, a infecção do sistema de canais radiculares não se estabelece por causa da capacidade de defesa do tecido pulpar. Todavia, se a polpa tornar-se necrosada, independentemente da causa, uma infecção irá se instalar no sistema de canais radiculares mais cedo ou mais tarde, uma vez que a capacidade de defesa tecidual foi perdida em decorrência da necrose. O risco de infecção do canal também é grande quando a polpa foi removida para tratamento, principalmente quando o canal encontra-se vazio por algum motivo ou inadequadamente preenchido (obturado). Contudo, salienta-se que mesmo alguns casos de canais bem obturados podem abrigar uma infecção que usualmente é a causa da manutenção de uma lesão perirradicular que leva à necessidade de retratamento. Microrganismos que colonizam o sistema de canais radiculares representam o principal fator etiológico das patologias perirradiculares. Conceitualmente, doenças infecciosas (como as lesões perirradiculares) apenas são tratadas com sucesso quando há eliminação dos microrganismos causadores. É neste contexto que se insere o tratamento de dentes despolpados. Ou seja, além da importância de se prevenir a introdução de novos microrganismos no interior do sistema de canais radiculares, deve-se eliminar a infecção endodôntica ou reduzi-la significativamente para que o tratamento (ou retratamento) logre êxito. Assim, uma vez que as lesões perirradiculares têm etiologia infecciosa, prevenir e tratar a infecção endodôntica é a principal tarefa do profissional que pratica a Endodontia, seja consciente ou inconscientemente, direta ou indiretamente.
Para efeito de tratamento, deve-se considerar todo dente que contém polpa necrosada como infectado, independentemente da detecção radiográfica de uma alteração patológica perirradicular. Em alguns casos de dentes com polpa necrosada, sem lesão perirradicular diagnosticada radiograficamente, o aparecimento da lesão é apenas uma questão de tempo. Em outros, a lesão pode estar mesmo presente, mas ainda não ter acarretado em destruição óssea suficiente para que seja discernida radiograficamente.20 A tomografia computadorizada de feixe cônico (ou cone-beam) tem sido de grande valia no diagnóstico de lesões que não aparecem na radiografia. Assim, o tratamento de dentes com polpa necrosada, sem lesão perirradicular aparente, deverá ser o mesmo dos dentes em que a lesão é visível na radiografia. Este tratamento deverá ser voltado primordialmente para a erradicação da infecção intrarradicular. 

Referência:
 Lopes HP, Siqueira JF. Endodontia: Biologia e técnica. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2015.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Abertura Coronária

CONCEITO

Procedimento através do qual expomos a câmara pulpar e removemos todo o seu teto.

INTRODUÇÃO

O campo de trabalho do endodontista é a cavidade pulpar. Durante um tratamento de canal radicular, este campo é visualizado apenas parcialmente. Para compensar esta falta de visão direta do campo onde vai atuar, o endodontista conta com a radiografia. Aliado à radiografia e o perfeito conhecimento prévio da anatomia interna dos dentestanto dos aspectos normais como das variações mais frequentes.Antes de descrevermos a técnica da abertura coronária, vejamos de uma maneira muito sucinta alguns aspectos e conceitos da cavidade pulpar. 







INSTRUMENTAL PARA ABERTURA CORONÁRIA

O acesso à cavidade pulpar pode ser realizado com pontas diamantadas ou com brocas carbide em alta ou baixa rotação. A baixa rotação normalmente é empregada para a remoção do tecido cariado com o auxílio das brocas esféricas lisa carbide nº 2, 4, 6 ou 8. Em alta rotação empregamos primeiro brocas de ponta ativa até atingirmos a câmara pulpar. Para este procedimentos podemos utilizar as brocas carbide nº 1557 ou as pontas diamantadas tronco-cônica nº 1095. Todas as brocas devem possuir tamanhos proporcionais à coroa do dente a ser tratado. Após atingirmos a câmara pulpar devemos substituir as brocas de ponta ativa por uma broca tronco-cônica de ponta inativa para a remoção de todo o teto da cavidade pulpar. Podem ser empregadas as pontas diamantadas n° 3080, 3082 ou a broca Endo-Z. Ao final desta manobra chegaremos à forma de conveniência adequada a cada elemento dentário. Além das brocas ou pontas, são empregados curetas de haste longa n° 11/12, 29/30 ou 35/36, espelho bucal primeiro plano, explorador 
duplo clínico no. 5 e explorador para Endodontia.


ETAPAS OPERATÓRIAS DA ABERTURA CORONÁRIA

Ponto de Eleição – é o ponto de partida para o início do desgaste da estrutura dentária.Sendo determinado por um ponto localizado na superfície lingual dos dentes anteriores ou oclusal no caso de dentes posteriores.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         Direção de Acesso – é a angulagem que se deve dar à broca para que esta atinja a câmara pulpar, devendo-se respeitar a angulagem dos dentes na arcada.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               forma de Contorno – é realizada com a remoção do teto da câmara pulpar. O formato da cavidade corresponde à forma da câmara pulpar de cada elemento dental. Utiliza-se para tanto, uma broca com ponta inativa  para se evitar desgaste indesejado.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              • desgaste Compensatório – é o desgaste adicional que serealiza para que se consiga um a c e s s o  d i r e t o  
a o s  c a n a i s radiculares, sem interferência de

projeções dentinárias.


CONCEITO

Quando o tratamento endodôntico não é concluído em sessão única, recomenda-se a aplicação de um medicamento no interior do canal. O fármaco ali empregado terá objetivos diferentes conforme se esteja diante de um caso de biopulpectomia ou necropulpectomia. Assim, nas biopulpectomias os objetivos primordiais do curativo de demora serão de impedir a contaminação do canal radicular e principalmente preservar a vitalidade do chamado "coto periodontal", que nada mais é do que o tecido conjuntivo periodontal contido no interior do canal cementário. Nas necropulpectomias geralmente o coto pulpar está necrosado, ou severamente comprometido, constituindo nossa principal preocupação a eliminação das bactérias contidas nos túbulos dentinários e canal radicular e suas ramificações. Desta forma o principal local de ação dos medicamentos será junto ao coto periodontal e tecidos periapicais, nas biopulpectomias, e interior do sistema de canais radiculares e túbulos dentinários, nas necropulpectomias .


Fonte: GOMES FILHO, JoÃo Eduardo; CINTRA, Luciano Tavares Angelo; DEZAN JUNIOR, Eloi. MANUAL DE ENDODONTIA PRÉ-CLÍNICA. 2014. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2017.

Fonte das imagens :GOMES FILHO, JoÃo Eduardo; CINTRA, Luciano Tavares Angelo; DEZAN JUNIOR, Eloi. MANUAL DE ENDODONTIA PRÉ-CLÍNICA. 2014. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2017.