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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Manutenção de cadeia asséptica




"Todas as manobras como esterilização do instrumental, anti-sepsia do campo operatório, colocação de luvas, máscaras,  etc., fazem parte da cadeia asséptica."
"É um conjunto de medidas tomadas para a prevenção de contaminação e proliferação de vírus e bactérias."

Terminologias:
Para melhor entendimento, entre os diversos procedimentos existentes, que têm como objetivo inibir, destruir e eliminar microrganismos presentes em artigos, superfícies e tecidos vivos, apresentamos a seguir algumas definições:

1 – ANTISSEPSIA:Visa o controle de infecção a partir do uso de substâncias microbiocidas (microbicidas) ou microbiostáticas de uso de pele ou mucosa.

2 – ASSEPSIA:Visa o controle a partir do uso de substâncias microbiocidas ou microbiostáticas de uso em superfícies, equipamentos e instrumentos.

3 – ARTIGOS:Instrumentos de naturezas diversas, que podem ser veículos de contaminação.

4 – ARTIGOS CRÍTICOS:São aqueles que penetram através da pele e mucosas adjacentes. Estão nesta categoria os materiais, como agulhas, lâminas de bisturi, sondas exploradoras, sondas periodontais, materiais cirúrgicos e outros. Exigem esterilização ou uso único (descartáveis).

5- ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS:São aqueles que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras, como condensadores de amálgama, espátulas de inserção de resinas, alicates de uso ortodôntico etc. exigem desinfecção de alta atividade biocida ou esterilização.

6 – ARTIGOS NÃO CRÍTICOSSão destinados ao contato com a pele íntegra do paciente, requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível.

7 – Barreiras:Todo meio físico que pode ser utilizado com forma de impedir ou dificultar o carreamento de agentes patogênicos de um indivíduo para outro.

8 – Descontaminação:É o processo de desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies contaminadas com microrganismos patogênicos, de forma a torná-los seguros para manipulação.

9 – DESINFECÇÃO:É um processo físico ou químico, que destrói microrganismos presentes em objetos inanimados, mas não necessariamente os esporos bacterianos.

10 – ESTERILIZAÇÃO:É o processo físico ou químico, através do qual são destruídas todas as formas microbianas, inclusive os esporos bacterianos.

11 – EPI:Equipamentos de proteção individual.
São eles: protetores oculares, máscaras, luvas, gorros, avental, protetores oculares para luz halógena, roupa branca de uso exclusivo para o atendimento no consultório e avental plumbífero (para gônadas e tireóide).

12 – LIMPEZA:É o processo pelo qual são removidos materiais estranhos (matéria orgânica, sujicidade) de superfícies e objetos. Normalmente é realizada através da aplicação de água e sabão ou detergentes e ação mecânica
.
13 – JANELA IMUNOLÓGICA:Período no qual o organismo, após o contágio pelo agente infeccioso, deflagra o mecanismo de ativação linfocitária, no intuito de produzir anticorpos. Como estes anticorpos ainda não atingiram níveis detectáveis pelos métodos usuais de diagnósticos, tais como Elisa e Imuno Fluorescência, podem aparecer resultados falso-negativos. Este período dura de 3 a 6 meses.

IMUNIZAÇÃO
Todos os funcionários devem estar com o calendário de vacinação atualizado com as seguintes vacinas:
- BCG (tuberculose)
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
- Dupla bacteriana (difteria e tétano)
-  Hepatite tipo B.
- Tétano.

EPI (Equipamentos de Proteção Individual)
São equipamentos de proteção utilizados pela equipe odontológica e pessoal auxiliar para evitar contaminações de acidentes.
A maior concentração de microorganismos no consultório se encontra na boca do paciente. Ao utilizarmos instrumentos rotatórios, jatos de ar/água/bicarbonato e ultra-som, a contaminação é gerada em até 1,5 metros de distância, pelo lançamento de saliva/sangue na forma de partículas de aerossóis.
Por isso devemos utilizar todas as barreiras a fim de minimizar a propagação de patógenos.

As formas de contaminação são:
Direta: Ocorre pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro, por exemplo: doenças sexualmente transmissíveis, hepatites virais, HIV.
Indiretas: Quando o hospedeiro entra em contato com uma superfície ou substância contaminada, ex: hepatites B, herpes simples.
À Distância: Através do ar, o hospedeiro entra em contato com os microorganismos, por ex: tuberculose, influenza, sarampo e varicela.

Usos de luvas no consultório:

Tipos de luvas:
Luvas de borracha grossa:  usadas para manipular materiais, instrumentais contaminados e durante os procedimentos de limpeza e desinfecção do consultório.
Deverá ser usado 1 para cada tipo de procedimento: um par para limpeza e desinfecção de instrumentais e materiais; um par para limpeza e desinfecção de pisos, superfícies e equipamentos.
As luvas deverão ser desinfetadas, lavadas com água e sabão e secadas ao ar de ponta cabeça.

Luvas para procedimentos semicríticosUsadas para procedimentos não invasivos; Lavar as mãos com água e sabão líquido, secando-as com toalhe de papel antes de se calçar as luvas;
Descartar a luva no lixo contaminado após o uso.

Luvas para procedimentos críticos:São aquelas usadas para procedimentos invasivos.
Lavar e escovar as mãos com água e sabão líquido, secando-as com toalhas de papel antes de se calçar as luvas;
Em procedimentos de longa duração, acima de 2 horas recomenda-se a troca das luvas durante o procedimento;
Não reprocessar essas luvas;

Uso de máscaras no Consultório:A máscara se constitui na mais importante medida de proteção das vias aéreas superiores contra os microrganismos presentes nas partículas e aerossóis produzidas durante os procedimentos odontológicos.
Deve-se trocar a mascaro quando esta ficar úmida e no intervalo de pacientes.

Uso de gorros descartáveis no consultório:
Evitam que haja contaminação dos cabelos dos profissionais por aerossóis provenientes da cavidade bucal.
Uso de óculos de proteção no consultório:

Os óculos de proteção são o melhor meio de proteção contra partículas que podem lesar e contaminar o globo ocular.
É necessário também o uso de óculos de proteção para o paciente, esses têm a finalidade de proteger seus olhos a produtos irritantes, contaminados e perfuro-cortantes.

Uso de aventais nos consultórioO avental de preferência, deve ter gola do tipo “gola de padre”, com mangas longas, punho em elásticos e com comprimento ¾ cobrindo os joelhos.

Uso de toalhas no consultório:Aconselha-se o uso de toalhas de papel.
As toalhas de pano apresentam cultura positiva para um número muito grande de bactérias.

Recomendações com relação aos cuidados pessoais:Retirar jóias, anéis, relógios etc...
Manter perfeita higiene pessoal (unhas limpas e aparadas, lavar mãos com solução anti-séptica antes e após o trabalho).

BARREIRAS NECESSÁRIAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO:
CLASSIFICAÇÃO:A) Aquelas que protegem o profissional (EPI): luvas, máscaras, gorros etc... (CITADAS LOGO ACIMA)

B) As que protegem superfícies: folhas de alumínio, folhas de plástico (capa plástica e filme PVC);

C) As que impedem a contaminação de pontos específicos: controle de pé nas cadeiras, uso de flush (sist. De auto limpeza nos equipamentos), canetas de alta rotação que podem ser auto-claváveis, uso de sabão anti-sépticos líquidos no consultório, toalhas de papel descartáveis e adoção de um fluxo para descontaminação, lavagem, secagem e esterilização de instrumentais. (E.A.S.);

D) Na redução de microorganismos nos aerossóis: técnicas de antissepsia, uso de suctores de alta potência e identificação do paciente de risco.

Proteção de superfícies:As superfícies mais contaminadas pelas mãos do profissional são: cabos e interruptores, encosto de cabeça, comando manual da cadeira, pontas (seringa tríplice, alta rotação e micromotor), encaixe das pontas, unidade auxiliar, unidades de controle, mesa auxiliar, cabo de rx e seus controles.
Essas superfícies devem ser encapadas para que sejam estabelecidas as barreiras. A cobertura deve ser feita por material impermeável a água, como o plástico PVC, folha de alumínio e o látex.
Necessitam ser trocadas a cada atendimento.

Medidas que impedem a contaminação em pontos específicos
Uso obrigatório de sabão líquido e toalha de papel, cobertura dos controles dos comandos da cadeira, lavatórios e reservatórios de sabão líquido por comando de pedal.

Barreiras de Redução do número de microorganismos nos aerossóis:Suctores de alta potência (ciclone – bomba de vácuo).

Antissepsia da Cavidade Bucal:A antissepsia pode reduzir de 75 a 99,9% a quantidade de microorganismos na boca do paciente. Fica, assim, evidente, que uma correta antissepsia pré-procedimento odontológico é altamente satisfatória, e tornar uma medida muito eficiente no controle da contaminação do consultório. Foi relatado ainda, uma redução significativa nas bacteremias transitórias, responsáveis pelas endocardites, com o uso prévio de anti-sépticos bucais, à base de clorexidina.

Esterilização


 



Esquema geral de esterilização:

1. Material contaminado da bandeja: depois de utilizado, deve ser embrulhado no campo e levado para a área de esterilização, que atualmente é chamada de área de Recirculação dos Materiais (RCM) e regulamentada pela vigilância sanitária. 

2. O material descartável: agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais descartáveis devem ser colocados em recipientes próprios para descarte de materiais perfurocortantes, como os Descartex, e eliminados com a indicação de material contaminado. O profissional que efetuar esses procedimentos deve estar sempre com EPI (Equipamento de Proteção Individual) e tomar todo cuidado para não se ferir com os instrumentos perfurocortantes que está manipulando.

3. Pré-lavagem com desincrustantes: os instrumentos que vão ser recirculados devem ser colocados em cubas ultrasônicas com desincrustantes ou enzimas proteolíticas para a pré-lavagem.
As alta-rotações, micromotores e contra-ângulos não devem ser colocados nas cubas ultra-sônicas.

4. Lavagem em água corrente: todo material pré-lavado deve ser retirado do recipiente ultra-sônico com luvas plásticas comerciais e abundantemente lavados em água corrente. O profissional deve ainda inspecionar todos os instrumentos, se possível com lupa, certificando-se de que toda sujidade foi eficientemente removida e que o instrumento está em perfeitas condições de uso.

5. Secagem do material: o material, para ser eficientemente esterilizado, precisa estar completamente limpo e seco. A secagem pode ser feita com papel toalha ou jato de ar comprimido, de preferência em um escorredor que drene a  água para a cuba da pia.

6. Embalagem: os materiais e instrumentos devem ser embalados em envelopes próprios, com plástico termorresistentes, nylon, papel grau cirúrgico.

7. Esterilização: a esterilização deve ser feita em autoclave ou estufa, seguindo cuidados e técnicas e obedecendo às determinações do fabricante. Também é importante lembrar que os procedimentos de manutenção e testes de aferição da eficiência do funcionamento da autoclave e estufas são essenciais para a garantia da esterilização e conservação do aparelho.

8. Armazenamento do material: todo instrumental esterilizado, devidamente etiquetado com data de esterilização e prazo de validade desta deve ser armazenado em local seguro, muito bem fechado, como gavetas ou armários. Semanalmente, os locais de armazenamento podem ser desinfetados com produtos à base de fenol. Podem ainda ser colocadas pastilhas de cânfora para evitar insetos que danifiquem as embalagens.

Todos esses procedimentos devem ser realizados em área própria para os procedimentos de esterilização, que pode ser chamada de Centro de Recirculação dos Materiais (CRM).